God of War, ou God of War 4 como também está a ser chamado, é a continuação da excelente trilogia que começou na PS2 e acabou na PS3, e que segue a história de Kratos e da sua sangrenta vingança contra todos os deuses da mitologia grega. Para efeitos de total transparência, nem o God of War Ascension, nem os dois títulos lançados para a PSP fazem qualquer sentido existirem, na minha opinião, por isso não vou mencionar a sua existência. Voltando ao que interessa, para quem segue esta épica saga de perto, já vimos Kratos enfrentar todos os tipos de inimigos, pequenos gigantes, mortais, semideuses, deuses… Mas agora neste novo jogo vemos Kratos enfrentar uma nova e diferente aventura, ser pai. Depois de se dizimar um panteão inteiro tomar conta de um puto parece uma tarefa razoavelmente simples, certo? ERRADO! Com um pai como o fantasma de Sparta acham mesmo que o puto não está carregado de daddy issues?
O jogo começa com a cremação da nova mulher de Kratos, e mãe do seu filho Atreus, num momento dramático e simbólico. Este jogo é o arco de redenção de Kratos, uma nova página, uma nova narrativa de quem foi consumido pelo ódio e sede de vingança e viu o desastre que isso causou. E para os que pensam que o Kratos deixou os seus caminhos violentos de parte, estão enganados. Kratos está de volta, mas desta vez com um machado. UM MACHADO! Pessoalmente achei a escolha da nova arma de Kratos uma escolha interessante, tanto pelo nível da narração da história, como por quão fantástico é mandar um machado a um inimigo a 20 metros de distância e vê-lo congelar para ser só desfeitos em cubos de gelo pelos punhos de Kratos.
Deixando de ser fan boy de toda a ação deste jogo e falando do que vende mesmo este jogo: a história. Porque não há God of War sem haver um panteão de deuses com morais questionáveis por perto, desta vez viajamos para o norte da Europa e estamos na presença da mitologia nórdica, responsável por nos trazer as melhores lendas de guerra e o anjo pirata da Marvel, o deus dos trovão Thor. Durante esta viagem nenhuma ação é ao acaso e até as side quests e exploração do mundo de Midgard estão repletas de desenvolvimento do mundo e das personagens.
Pelos mundos (sim mundos, como na boa mitologia nórdica) existem inimigos escondidos que são, nem mais nem menos, do que valquírias corrompidas. Estas são batalhas, que na sua maioria não são fáceis, mas vão deixar qualquer fã da série a sentir-se como a nova encarnação do deus da guerra.
Por último, tenho de falar do novo método de combate. Nas primeiras horas odiei o novo tipo de combate: deixou de ser um frenesim de combos e ataques rápidos para se tornar muito mais calmo e estratégico, lembrando-me muito de uma saga de jogos que por muito boa fama que tenha eu não consigo gostar: Dark Souls. Sim, eu sei, Dark Souls é bom e tal, mas não gosto do tipo de jogo. O que para mim levou umas horas para me habituar vai deixar os fãs de Dark Souls bastante contentes. Neste novo jogo podemos também adquirir várias armaduras e runas para fortalecer os nossos ataques, o que fortalece a estratégia de combate.
Não vou contar o final da história, pois acho que o final deve ser apreciado por cada um individualmente, mas depois de se terminar a história e voltarmos à modesta cabana que é a casa do Kratos e do seu filho, somos presenteados com uma sequência de vídeos de um potencial vilão do próximo jogo, e embora não se veja a cara ele tem na sua posse um martelo envolto em eletricidade.
Venha o próximo jogo, estou mais que pronto para levar mais uma mitologia à ruína.
Autoria: Samuel Pereira