(Este texto foi originalmente publicado no Facebook, a 2018/01/08)
Estive este fim de semana a ler a primeira edição do Stormbringer do Ken St. Andre, de 1981, conjuntamente com o Elric! de 1993, e descobri lá algumas pérolas de design. Na primeira edição nota-se o brilhantismo do autor na pureza do design, é o génio da simplicidade na apresentação das regras e evocação dos temas subjacentes, como o tratamento da violência e da tragédia, próprias da obra de Moorcock.
Já na versão Elric! (é a edição 4,5 de Stormbringer), descobri várias melhorias em termos de equilíbrio das regras, há uma clara evolução com a tabela dos lançamentos de oposição – para mim esta evolução particular culmina com o 2d6 de Apocalypse World. Mas o jogo perde um pouco a alma original. Torna-se num jogo mais completo, talvez até melhor, mas um jogo sobretudo diferente.
Fiquei com muita curiosidade de experimentar ambas as versões à mesa, a fim de poder melhor observar os efeitos das diferenças das regras na experiência de jogo.
Por outro lado, não sou o maior aficionado dos mundos de Moorcock mas penso que os sistemas da Chaosium para Stormbringer são ideais para correr umas campanhas do género Sword & Sorcery na Era Hiboriana de Howard ou num Mundo similar.
Esta iteração do sistema BRP da Chaosium é a minha preferida, e é a razão principal porque acho que o Conan da Modiphius foi uma oportunidade perdida, em termos de casamento das regras com o ambiente de jogo. O mesmo vale para o fabuloso Mundo de Artesia, de Mark Smylie. Em qualquer destes universos de jogo, qualquer das versões de Stormbringer seria mais do que apta a fazer-lhes a justiça devida.
Autoria: João Talassa